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O povo de olhos puxados que puxou a nossa fé Categorias:
Artigos, Jornada 40 anos

Qualidade, definitivamente, não é quantidade. Ficamos menos de um dia na base JOCUM 300, localizada em São Paulo, capital, no Bom Retiro – o “bairro dos coreanos”. Tempo suficiente para sermos impactados pelo carinho, acolhimento e testemunhos da manifestação do poder sobrenatural de Deus através da oração. Chegamos na rodoviária de São Paulo e fomos recebidos por olhos puxados que falavam português. Quase os únicos. Junto com esse que nos recepcionou, estava o motorista, que nos cumprimentou em silêncio. Seus olhos também falavam português, mas a língua falava um pouco menos. No caminho até o apartamento onde funciona JOCUM 300, conversas e piadas eram a todo instante traduzidas para a língua coreana. Chegar na casa é que foi transcultural.

Fomos recebidos com cumprimentos de boas-vindas e logo nos instruíram a trocar os sapatos por “chinelinhos” de tecido, organizados num armário e no chão, logo na entrada do apartamento. Ali, encontramos mais um rapaz que desenrolava o português, mas a maioria não passava de “oi, tudo bem?”. A língua não nos impediu de trocar amor. Olhares e sorrisos expressaram que éramos realmente bem-vindos ali. Depois de apresentados, sentamos ao redor da mesa com o líder da base e alguns obreiros. Tivemos um tempo maravilhoso de adoração com canto e violão. “Nós gostamos muito disso aqui”, algum disse. Após isso, o líder – Davi – compartilhou uma Palavra conosco, sempre com a ajuda do tradutor. JOCUM 300 trabalha com ETED – voltada a coreanos -, viagens missionárias e discipulado. Como base, eles têm vivido um tempo de alcançar outras nações. Para Davi, “existe uma unção especial quando nações se unem no Reino de Deus”.

Passado esse momento, chegou a hora do almoço. Estávamos ansiosos por esse momento, não só porque gostamos muito de comer, mas porque a comida seria especial: pratos típicos da Coréia. E estava uma delícia! Pratos que, para nós, eram diferentes, mas são tão comuns aos coreanos! Uma comida leve, que degustamos por muito tempo – não porque comemos demais, mas porque utilizamos o “hashi”, aqueles palitinhos que os asiáticos usam para comer. E admirem-se, consegui comer arroz com eles!

Depois de já estarmos admirados com as diferenças culturais, fomos à entrevista. Geralmente, os líderes de base aparecem no vídeo ao lado de suas esposas. Neste caso, ele apareceu ao lado do fiel tradutor. A história de JOCUM 300 é linda! Isso, não vimos só na entrevista, mas também em um vídeo que fizeram questão de nos mostrar. Enquanto as imagens passavam na televisão da sala, Davi ia nos contando cada história! Durante uma viagem missionária que fizeram a Argentina, prático de ETED, o grupo parou em uma praça para compartilhar do Evangelho e começou a louvar e a orar pelas pessoas. Vimos imagens em vídeo de doentes sendo curados, um homem preso à cadeira de rodas levantando e andando, um louco recuperando seu estado normal – e este, após readquirir consciência, pegou um copa d’água e um gilete, e começou a se limpar. Foi incrível! Não pudemos deixar de nos emocionar com tamanha manifestação do poder de Deus! A Bíblia diz que “os sinais seguirão os que creem”. JOCUM 300 têm crido e se posicionado e, por isso, estão vendo sinais e maravilhas, milagres!

No fim da tarde, fomos a praça da Sé fazer algumas imagens da cidade. Logo depois, seguimos para uma igreja parceira do trabalho ali no Bom Retiro, onde a JOCUM costuma fazer cultos às terça-feiras. O culto, com músicas e Palavra em coreano, é ministrado a muitos coreanos ou descententes que residem no Brasil. É uma forma que encontram de adorar a Deus na língua do coração. Foi muito especial esse tempo com o povo de olhos puxados. Nossa fé foi puxada. Foi esticada, alargada, fortalecida. Demos muitas risadas, choramos emocionados, fomos quebrantados e nos perdoamos. Foi um tempo lindo de Deus em nossas vidas, tão impactante que custo a acreditar que foi só um dia – e, na verdade, nem isso.