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*Por Larissa Mazaloti

Lucas 10.38-41

Como ter o coração de Maria no mundo de Marta é um livro de Joana Weaver. Olhando os stories no instagram, vi a divulgação dele no perfil da Livraria da Família e achei o título incrível. Repostei e duas reações me chamaram atenção e me fizeram pensar.

Uma delas foi minha amiga Mariana, que é missionária como eu e que confessou ter essa preocupação, pois se vê muito mais como Marta. E outra amiga, que se chama Marta me perguntou se deveria se preocupar em carregar esse nome.
Bem, isso me motivou a escrever brevemente, respondendo a elas de forma que você talvez se identifique.

Marta e Maria eram irmãs, e também irmãs de Lázaro. Os três eram amigos de Jesus (João 11.5), e é na casa delas que ele resolve fazer uma visitinha durante a caminhada com seus discípulos. Assim que chega, Maria corre e senta aos pés de Jesus, querendo saber provavelmente das andanças dele, e aprender coisas novas com ele. Enquanto isso, Marta está fazendo suas tarefas domésticas e ao ver Maria ali numa boa com Jesus, ela questiona o amigo:

– “Você não se incomoda enquanto minha irmã fica aí sentada enquanto eu faço todo o trabalho? Diga-lhe que venha me ajudar.”
E Jesus respondeu:
– “Marta, Marta, você se preocupa e se inquitea com todos esses detalhes. Apenas uma coisa é necessária. Quanto a Maria, ela fez a escolha certa, e ninguém tomará isso dela.”

Em cima desse diálogo eu queria dizer por quê eu gostaria de ter o coração de Maria no mundo de Marta, como diz o livro.

O que Marta está fazendo não é errado. E Jesus não está dizendo que serviço não é importante, afinal, ele mesmo diz que o Filho do Homem (Jesus) não veio para ser servido, mas para servir. O que seria da vida sem Martas? Pessoas preocupadas com a organização, com a excelência, com os detalhes? Martas são pessoas essenciais para que muitas coisas aconteçam. Mas então Maria é uma folgada? Maria está errada em deixar o serviço para estar com o amigo tão sábio, aproveitar a companhia e aprender coisas importantes? Claro que não! Marias dão o tom da comunhão, do tempo de qualidade, da atitude amorosa de dar atenção, de saber receber atenção também.

O que acontece é que quando lemos, logo rotulamos Marta como ativista e Maria como acomodada, colocando sobre a identidade das duas um peso negativo que não é real.

Portanto, Mariana, o que você (e eu) precisamos aprender com este texto é que precisamos saber a hora de parar e por quê parar. Também é necessário ter cuidado com o que sentimos com relação aos outros quando estamos exercendo nossas atividades: comparação, murmuração, justiça própria e autopiedade certamente são coisas pelas quais Marta poderia ser advertida.

Também que precisamos entender que nosso valor não está na quantidade de coisas que somos capazes de fazer e até mesmo quão bem fazemos, mas está em quem somos: e Jesus, como amigo amava Marta. Maria é o bom exemplo desta história em particular porque soube o que era maiss importante: Jesus, o amigo que arrastava multidões, curava, ressucitava, expulsava demônios libertando pessoas estava ali dedicando seu tempo a elas.

Por isso Jesus dá razão a Maria e não a Marta neste momento.

Por isso, minha amiga Martinha, não há problema algum com seu nome. Marta da bíblia, assim como você (e eu) precisamos aprender muitas coisas nesta vida sem ser rotulada disso ou daquilo. Esta Marta da bíblia poderia se chamar Larissa.

Temos personalidades e se elevamos nossas características de personalidade a sua maxima potência, podemos pecar por exagero, mas se ocultamos nossas características, pecamos por omissão.

*Larissa Mazaloti é missionária há 5 anos na Jocum Monte das Águias