Tinha uma pedra no meio do caminho

Carlos Drumond tornou célebre a pedra no caminho. A pedra de tropeço na frente de muitos, a pedra insensível e imovível. Infelizmente alguns líderes se especializam em ser a pedra no caminho de seus liderados ao invés de serem ponte, plataforma, tapete, trampolim, a passagem que deveríamos ser, como líderes, filhos espelhados naquele que é o próprio caminho.

Carlos Drumond tornou célebre a pedra no caminho. A pedra de tropeço na frente de muitos, a pedra insensível e imovível. Infelizmente alguns líderes se especializam em ser a pedra no caminho de seus liderados ao invés de serem ponte, plataforma, tapete, trampolim, a passagem que deveríamos ser, como líderes, filhos espelhados naquele que é o próprio caminho.

Olá Bráulia, tudo bom!!

Você não me conhece, afinal nosso mundo jocumeiro é imenso né?! É quase impossivel de conhecer a todos, mas estou te escrevendo para parabaniza-la pelo teu artigo chamado: Ainda sobre liderança!. Um texto lindo, profundo e com muita graça na escrita, mas é uma pena que nao seja uma realidade deste mundo Jocum tão grande. Nas nossas teorias de ETED, escolas, cursos e etc dentro de Jocum, aprendemos uma coisa mas infelizmente nao a vemos na pratica do dia a dia no campo.

Estava em Jocum e saí liderando uma equipe para um outro país, tudo foi muito dificil e quase aterrador, e depois de algumas lutas fui convidado a sair de uma vez por todas de JOCUM, pois fui tachado de rebelede e a jocum (deste país) estava lutando especificamente contra o “espírito de rebeldia” e não poderia aceitar rebeldes..(risos)…tenho que rir para nao chorar…Fui expulso de JOCUM, ameaçados diretamente pelo lider deste pais a sair do pais o mais rapido possivel porque senão ele escreveria para a polícia de estrangeiros para eles caçarem meu visto. Me aterrorizaram, amedrontaram, chantagearam, me olharam com olhos tortos.

Agora te pergunto: Será que temos vivido este texto que vc escreveu?? A culpa não é sua e nem de Jocum, mas de pessoas despreparadas que matam o discípulo se ele não age de acordo com a vontade dele.. e eles permanecem lá, nos postos de liderança.

Hoje eu ainda estou aqui, neste país que amo, que tenho como chamado de Deus .já faz um ano e meio posso dizer que venci em Deus…. Bom, vou ficando por aqui.. desculpe, talvez foi só um desabafo.; não é uma denúncia, não é nada.. só desabafo. Gostaria de que tivesse sido diferente. Não queria ter saído da missão, queria ter tido mais uma chance, ainda amo a JOCUM até hoje e quero voltar um dia…

Querido irmão,

Obrigada por sua carta. Não posso deixar de responder com pesar pelo que te aconteceu. Queria te pedir perdão em nome da JOCUM. Nos perdoe nossa ignorância e intolerância. Nos perdoe nossa incapacidade de ouvir e às vezes de respeitar opiniões diferentes. Nos perdoe por muitas vezes como líderes nos deixarmos ameaçar por outros mais brilhantes e dinâmicos do que nós, e cortarmos seu espaço ao invés de promovê-los para que o reino cresça mais. Nos perdoe por nos apropriarmos do reino, e diminuí-lo ao limite de nossa capacidade, ao invés de deixá-lo na mão de Deus e de sua suprema e infinita capacidade e amor. Nos perdoa pelo xiitismo que demonstramos e por nossa religiosidade farisaica. Lamento que JOCUM não tenha podido ser a ponte entre vocês e o sonho de Deus para suas vidas. Mas dou graças a Deus que vocês não deixaram de cumprí-lo.

JOCUM não é, pelo menos não é no conceito original, na sua personalidade essencial, concebida por Deus e por muitos homens e mulheres que ajudaram a gerá-la, esta coisa fechada e religiosa na qual muitos líderes a tornaram. JOCUM tem que ser uma mãe acolhedora para todos que quiserem ser seus filhos por mais diferentes que sejam. Tem que ser como a Internet, como diz o próprio Loren Cunningham. As bases são só os servidores. Se o servidor que você está usando agora não te serve por alguma razão, procure outro. Sempre tem um lugar para você na Internet… No seu caso você poderia ter procurado outra base, ou recorrido à liderança superior à daquela equipe, se sentiu injustiçado e não ouvido, porque base nenhuma tem o direito de bloquear pessoas e ministérios.

Sinto pena destes líderes. Não os culpo. Creio que a ignorância é a mãe de todos os erros. Eu mesma já cometi erros terríveis na minha liderança, e infelizmente ainda não estou livre de cometê-los. Mas a gente cresce, se humilha, se enxerga apesar de tudo e vai aprendendo. Espero que eles (seus ex-líderes seja lá quem forem) também aprendam…

Bráulia