Parada de Lucas: ninguém viu, ninguém sabe Categorias:
Não sei se você lembra dos antigos filmes de faroeste americano. As localidades estavam sempre à mercê da fúria avassaladora dos bandidos; o xerife, representante do poder público, desempenhava um papel medíocre, já que enfrentava sozinho a luta pela paz social. Os habitantes eram marionetes da violência.
Essa cena está presente no século XXI, atendendo, nas grandes cidades brasileiras, pelo nome carinhoso de comunidade ou, no grotesco cotidiano, favelas, como a de Parada de Lucas na cidade maravilhosa, Rio de Janeiro. A calamidade é percebida a olhos nus, a violência determina a cor do cotidiano: tudo é cinza, o negócio do tráfico reina sobre os cidadãos de bem, obrigados a residir em condições subumanas. Os moradores devem obedecer ao código ético imposto pelos traficantes, ninguém viu, ninguém sabe.
Quando se olha para a cena, há uma certeza: não há solução política, real, para esse grandioso problema. A miséria vai sempre morar ao lado das favelas brasileiras. Parada de Lucas é uma favela com 15 mil habitantes ocupando a periferia do bairro Jardim Beira-mar, próximo avenida Brasil. Os habitantes são, na sua imensa maioria, trabalhadores que não tiveram a chance de morar num lugar mais digno. Há muitas crianças, frutos de famílias numerosas e de relações esporádicas entre adolescentes. Lá, também moram pessoas que fazem história nos noticiários do carnaval e nas páginas policiais; as mulatas que desfilam pela escola de samba, Unidos de Lucas, como também os traficantes que controlam o comércio das drogas e mantêm o domínio do lugar. Os jovens e velhos que se divertem nos bares bebendo e se drogando, são as marionetes do diabo e do sistema. O xerife somente sobe o morro quando se sente ameaçado e, mesmo assim, não possui armas suficientes, conhecimento estratégico do local e o mais importante: um programa de prevenção à violência. A ordem é matar, mesmo que custe a vida de inocentes. Na favela sua vida vale menos que uma caixa de fósforos.
Na favela a várias denominações que levam o evangelho da graça e algumas vão além demonstrando a graça do evangelho, sim, porque um evangelho que não atenda às necessidades do povo é um evangelho sem graça. Dentre esses que tentam evangelizar pelas atitudes está a base da Jocum Parada de Lucas. Lá, a graça de Deus é demonstrada através das atitudes simples.De servir os moradores com amor.
Não tenho dúvidas: A igreja do Senhor é o único agente capaz de transformar a realidade mundial da miséria e da violência. Como no faroeste americano, há uma esperança de final feliz. Estas linhas demonstram a minha satisfação de trabalhar na base da JOCUM em Parada de Lucas. Esse desafio também é nosso, não esmoreça, ore e contribua para manter a chama da graça acesa em Parada de Lucas