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Huck, Galisteu, e o Pinóquio transformados em burros Categorias:
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Antigamente tínhamos o grilo-falante. Aquela coisinha no ombro do Pinóquio, como a consciência, discreta, mas “cri-cri”. Este grilo sabia dizer ao boneco de pau o que era certo ou errado. Era uma espécie de profeta particular do Pinóquio, sabia que a tal terra das brincadeiras sem-fim iria transformá-lo num burro, e que o raposão não era um cara legal, senão um mau-caráter e aproveitador. O boneco de pau, com olhos vidrados era estúpido sem o grilo. O grilo era a esperança do bem, a esperança de finalmente ser transformado num ser humano…
Estamos com um tremenda falta de grilos-falantes descentes hoje em dia. Onde estão os profetas para trazer bom-senso e verdade pra mídia brasileira? Temos gente metida a grilo, mas nem um grilo-falante de verdade. Olha o Luciano Huck, e a Adriana Galisteu em seus programas e nas entrevistas que dão, tentando fazer seu cri-crizinho. É um cri-cri ridículo. São impressionantemente amorais, ou porque não dizer logo de cara, imorais, as opiniões da Huck e Galisteu. Eles perderam completamente qualquer noção de certo e errado. Será que perderam ou nunca tiveram? Este é um dos meus medos, pode ser que eles nunca teveram. Criados pela babá eletrônica, voz da geração mais jovem, pode ser que eles nunca tiveram qualquer noção de moralidade fazendo parte de sua vida. Algumas palavrinhas de vez em quando sobre a prevenção à AIDS, ou contra a violência, mostram a pretensão de tornar seus programas educativos para os jovens. Duvido de que o efeito educativo de tais imbecilidades seja algo além de transformar o adolescente num sexo-maníaco desprovido de qualquer noção de limites na sua vida sexual, e pior ainda, completamente auto-justificado para agir dessa maneira. Eles são como o Pinóquio já totalmente transformados em burros na terra das brincadeiras e prazeres, com o falso grilo-falante a lhe dizer sem parar: “você está certo – você está certo…”
Outro candidato a grilo-falante é o Serginho Groisman. Interessante no outro dia uma entrevista exibida pelo programa com uma “profissional do sexo”. O programa descaradamente tentava glamourizar a “profissão”. A primeira evidência disto foi a moça que escolheram, linda, provavelmente uma vitoriosa entre quinhentas mil candidatas a miss-prostituta. As perguntas tinham a intenção de mostrá-la como uma lutadora que sustentava os filhos e era apoiada pelo governo da Bahia…. Toda esta intenção naufragou como o Titanic diante das declarações amargas da moça sobre as violências que sofre constantemente, os filhos sem pai que não cria, a tristeza e auto-desprezo que adquire junto com o dinheiro. Em poucos minutos a entrevista foi cortada e “alegremente” o programa passou para outra “atração”.
Num outro sábado ainda o programa “Altas Horas” atiçava o lado voyeur dos adolescentes mostrando como viviam algumas moças numa “república de modelos”. Serginho parecia o Raposão, marcando encontros com as meninas, tentando, sem sucesso por sinal, ser charmoso. Tudo corria bem, mostrou-se a cozinha onde elas se revezavam no preparo das refeições, os beliches do quarto, até que algum adolescente do auditório perguntou às mocinhas se elas estudavam e quantos anos tinham… Pra quê! Era a pergunta proibida… Afinal ninguém instruiu o auditório que aquilo era imperguntável? Todas tinham entre 14 e 17 anos, e obviamente a maioria não estudava. Ah, Raposão… Suas intenções foram desmascaradas. As moças, iludidas candidatas a Bünchen, seriam trancadas numa gaiolinha para serem exibidas e não teriam como decidir seu futuro, pois não estudavam… Estavam nas mãos do dono do circo, seja ele chamado Ford-Elite, Groisman ou Roberto Marinho.
Pronto, desliguei pra sempre minha televisão pra não ficar doente. Ajude-nos Deus senão daqui a poucos anos o Brasil será invívivel. Mande-nos grilos-falantes de verdade Senhor!