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*Por Christian  De Britto

Depois que formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, o Senhor Deus os trouxe ao homem para ver como este lhes chamaria. Gênesis 2:19

Depois que foram criados, Deus apresentou os animais a Adão para que lhe desse nomes. Para que possamos compreender o verdadeiro significado desse evento devemos considerar que nas Escrituras o significado dos nomes sempre denota a identidade daquilo que é nomeado, trazendo à luz características intrínsecas ou proféticas, ou seja, para Adão a tarefa não consistia simplesmente em escolher palavras a esmo. Pelo contrário, ele lançou mão de habilidades de distinção, análise e investigação, para que ao pesquisar dentre todas as espécies soubesse dar nomes que correspondessem às características corretas.

Ora, a esta atividade sistemática de identificação e classificação é dado, num sentido amplo, o nome de ciência, seu produto é o conhecimento daquilo que está sendo nomeado. Hoje em dia, quando um biólogo encontra uma espécie inédita de planta, por exemplo, ele lhe dá um nome, investiga todas as suas partes e a cataloga. A taxonomia geral é um ramo da ciência que estuda princípios gerais de classificação, atividade que está presente em todo e qualquer processo de conhecimento. Isto significa que, curiosamente, Deus vocacionou o homem para a ciência, para o conhecimento, desde o princípio. Uma de suas primeiras atividades, dar nome aos animais, era de caráter científico. Alias, a importância dessa atividade é tão profunda que está de certa forma relacionada com a própria eternidade. Segundo João, o apóstolo: “Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17:3).

Este, portanto, é o princípio que deve fundamentar a atividade científica, o reconhecimento da glória do Senhor. Naquela ocasião, é como se Deus estivesse dizendo a Adão: veja os animais, aprecie minha criação, re-conheça nela minha glória, ou seja, se você Me conhece Me conhecerá novamente, você identificará características minhas nela. Assim, compartilhamos com o Senhor a glória da Sua Criação. Ao apresentar os animais a Adão ambos se regozijaram, como artistas apreciando honradamente suas obras primas, suspirando: é muito bom! Daquele momento em diante o próprio Deus chamaria os animais com os nomes dados por Adão. Diante de tudo isso, é muito triste sabermos que crianças e jovens são levados hoje por professores em excursões escolares para apreciarem nos zoológicos não mais a Criação, mas a beleza da natureza, dos animais e plantas que são fruto de um longo processo evolutivo conduzido por uma série de erros e adaptações, mutações genéticas, guiadas pelas mãos cegas da seleção natural. O resultado desse triste processo é a formação de pessoas que não conseguem mais ver a glória de Deus na Criação. Você consegue re-conhecer a glória de Deus em Sua Criação?

*Christian De Britto é sociólogo e professor de várias escolas da Universidade das Nações no Brasil