Tudo começou com uma visão. Em junho de 1956, com apenas 20 anos de idade, Loren Cunningham, que era aluno na Faculdade das Assembléias de Deus na cidade americana de Springfield, resolveu passar parte de suas férias de verão participando de um quarteto gospel que faria um tour pelo Bahamas. Enquanto estava lá, Loren teve uma experiência que iria mudar sua vida para sempre.

“Aquela noite, depois da nossa apresentação, retornei para o quarto que hospedava os missionários, com seus muros brancos, sem enfeite nenhum, a não ser por um único quadro bem simples que trazia a paisagem de uma ilha. Recostei-me sobre a cama, coloquei dois travesseiros sob minha cabeça e, como de rotina, abri minha Bíblia pedindo a Deus que falasse comigo. Mas o que aconteceu a seguir estava longe de ser rotina. De repente comecei a ver na minha frente um mapa do mundo. Só que o mapa estava vivo, se movendo. Sentei-me, balancei minha cabeça e esfreguei meus olhos. Mas era um filme dentro da minha cabeça. Um filme mental! Eu podia enxergar todos os continentes. E grandes ondas que quebravam nas encostas. Cada onda atingia um continente diferente, e retrocedia, depois avançava mais até conseguir cobrir o continente por completo. Prendi minha respiração. Então a cena mudou. As ondas se transformaram em jovens, jovens da minha idade e mais jovens ainda, que invadiam os continentes. Eles estavam conversando com as pessoas nas ruas, nas esquinas e bares. Eles iam de casa em casa. E estavam pregando. Espantado e ainda olhando para as paredes brancas eu me perguntava se aquela visão teria vindo do Senhor. Jovens, praticamente adolescentes, saindo pelo mundo como missionários? Que idéia! E pensei “Por que Deus me daria uma visão dessas”?”

Loren se formou naquela universidade no verão de 1960. Com experiência em liderança e aquela visão guardada em sua cabeça, ele se tornou pastor e líder de jovens das Assembléias de Deus em Los Angeles. Lembrando de sua visão e depois te ter ganhado alguma experiência, Loren levou seu grupo de jovens para uma viagem ao Havaí.

O resultado da viagem foi um pouco confuso. Somente uma pequena parte do grupo estava preocupada em servir. O restante estava concentrado em fazer turismo. Com o tempo, Loren acabou criando duas regras. A primeira surgiu após ele ouvir a história de uma viagem missionária que acabou em problemas depois que os missionários começaram a namorar pessoas do local onde haviam ido ministrar. A outra surgiu depois da viagem ao Havaí.

1.    Proibido namorar durante as viagens.
2.    Viagens missionárias eram somente para servir.

Depois da viagem ao Havaí, Loren sentiu a necessidade de se concentrar mais em sua visão. Precisava esclarecimento e direção. Precisava conhecer as culturas que queria alcançar. Conseguiu então uma boa negociação de uma passagem aérea de volta ao mundo e iniciou a jornada ao encontro de sua visão.

Enquanto visitava um vilarejo na Índia onde um garoto havia acabado de ser morto durante uma briga, Loren presenciou o jovem rapaz ser queimado em um ritual funerário.

“Os gemidos de lamento atingiram um tom febril e eu fiquei ali parado em meio aos outros, próximo ao fogaréu, dominado pela realização de que aquele garoto simplesmente desapareceu indo para um vazio. Havia uma sensação de desespero pesado no ar. Eu nunca mais consegui esquecer a desesperança daquele grupo ao redor da fogueira. Foi então que um desejo esmagador nasceu dentro de mim. Eu queria ser capaz de dizer para aqueles que ainda estavam vivos que existe sim esperança, e Seu nome é Jesus.”

Quando Loren retornou de sua jornada pelo mundo ele sabia que algo precisava ser feito.
Um dia enquanto dirigia pela estrada às costas do pacifico, com Bob e Lorraine Theetge, um casal amigo que pertencia à igreja onde Loren havia trabalhado, a conversa sobre sua visão surgiu e ele recebeu encorajamento, apoio e os dois primeiros obreiros da JOCUM ! Durante aquela conversa a visão de Loren para a JOCUM cresceu. Seria uma organização que enviaria jovens recém saídos das escolas para ter uma experiência missionária onde poderiam adquirir um senso de propósito antes de ingressarem na universidade. Também seria uma organização aberta a todos os cristãos não importando qual a denominação. Era uma visão que se tornaria realidade no ano de 1960.