A macieira, o discipulado e a amizade cristã Categorias:
A frieza e o individualismo proveniente do mundo tem nos convencido de que não podemos nos envolver. Mas qual o modelo que temos em Jesus? Afinal de contas, qual a percepção de discipulado se mostra mais coerente com o modelos de Cristo? Até onde vão os nossos limites?
Conseguimos mercantilizar até mesmo o próprio discipulado. Paulo bem que nos alertou
Mas o discipulado é para a vida cristã, por causa da pessoa de Cristo, pela Palavra de Deus. O princípio mais fundamental do discípulado, no meu entender, chama-se Relacionamentos. Porque discipulado é relacionamento. Logo, discipular significa nutrir relacionamentos em Cristo. E relacionamentos serão um risco. Sempre. Se alguém não está disposto a se involver ou correr riscos, não pode discipular (nem ser um autêntico discípulo).
Quem tem dificuldades de se relacionar, certamente, tem dificuldade em absorver o fôlego do Reino de Deus. Tem dificuldade de entender nada mais nada menos que a essencia da vida cristã: a restauração plena de relacionamentos, em Cristo, por Cristo e para Cristo.
Nesse sentido podemos afirmar também que discipular é agir com respeito para com a individualidade do outro. Não podemos levar a pessoa a fazer algo que ela não acredita. Discipular é entrar no mundo do outro e ajudá-lo na jornada do auto-conhecimento combinado com o conhecimento de Deus, em santidade. Muitos afirmam e eu concordo que, sem o Conhecimento de Deus, não podemos nos conhecer plenamente.
Tenho visto modos estranhos de discipulado, com os quais não posso concordar, onde o discipulador não se dispõe a ser algo poderoso: amigo! Há pessoas que inclusivem tem uma visão negativa da proximidade e da amizade cristã. Estamos tratando pessoas como árvores? Discipulado é parte fundamental da vida cristã, não pode ser subtraída da “grande comisssão”. Ele é tão importante que Jesus não veio como um técnico, como um professor teórico, como alguém que ensinava “de longe”, mas Deus se fez gente, se fez relacional e chamou discípulos. Fez discípulos. Se envolveu com as pessoas. Foi amigo. Se recusa a nos chamar de servos, mas nos chama de amigos.
Eu acredito na amizade. Discipulado precisa acontecer num clima de amizade. Pessoas não são árvores. Não podemos reduzir o discípulado a um sistema didático, pré-programado, onde ensinamos “as 10 lições para ser um crente”, começando pela conversão e terminando no dízimo.
Acredito que a relação pastor/ovelha, inclusive, poderia ser revolucionada a partir da perspectiva e do modelo da amizade. Larry Crabb, no seu livro “O lugar mais seguro da terra” (Ed. Mundo Cristão) é simplesmente genial quando trata deste assunto. Ele fala sore o poder da conectividade entre as pessoas. Fala do poder curativo e terapêutico da amizade, em particular, no ambiente da Igreja. O salmista nos diz que é bom e agradável viverem unidos os irmãos, e que, quando isso acontece, é como com óleo (unção) descendo sobre a barba dos sacerdotes (Sl. 133). Que perspectiva!
O ser humano é relacional, como a trindade santa o é. A vida cristã nos conclama a construir relacionamentos em Cristo e não métodos ou técnicas “profissionais” de relação. Estamos dispostos a pagar o preço. Estamos dispostos a renunciar ao modelo pagão da “técnica e eficiência” e andar em amor? Jesus pagou um preço alto para restaurar o significado da pessoa, em contraste com a força do indivíduo. A nossa sociedade, a Igreja as vezes, não tem conseguido discernir a grande diferença entre um e outro.
Se formos falar em discipular nações, precisamos apreender conceitos fortemente bíblicos para a relação e relacionamentos discipuladores, e por que não dizer, aprender mais sobre o valor da amizade. Nós, missionários, que nos dispomos a centralizar nosso ministério na formação de pessoas a imagem de Cristo entre povos e raças, temos uma grande responsabilidade. Mas se encaramos essa tarefa de maneira errada, doentia ou com sentimentos carnais de superioridade em relação ao discípulo, certamente seremos agentes de des-construção do Reino e da pessoa de Cristo na vida de outros.
Mas se entendermos bem o discipulado e, mais importante, se nos entregarmos à esse ministério com integralidade, teremos a oportunidade de sermos cooperadores com Deus na formação de um povo santo, restaurado, e fortemente comprometidos em fazer Jesus conhecido enter as nações, não somente em função do que falam, ensinam ou escrevem, mas acima de tudo, pelas suas relações curadas, terapêuticas e revolucionadoras. Não é por isso que temos o ministério da reconciliação?
Pessoas não são árvores. O ser humano é um bloco de relações, que, uma vez em Cristo, se entrega à Sua vontade boa, perfeita e agradável. Uma vontade de amor, que vai ao encontro para consolar, salvar, curar, cuidar e compartilhar cuidado e, enfim, relacionar-se à luz da eternidade. É no discipulado formamos os adoradores. Uma geração de pessoas que entenderam a relação com Deus e com os outros e esclhem voluntariamente viverem sob essas relações. Para essas relações.