Missionário, adote um missionário! Categorias:
O privilégio de ser um agente de Deus no Ministério da Reconciliação é uma das coisas mais fortes da experiência cristã. É interessante ver o quanto Deus confia na Igreja para se revelar ao mundo distante e ignorante acerca do seu amor.
Hoje em dia, porém, temos alguns paradigmas muito fortes na Igreja. Quero me deter no clericalismo e seus males.
Mas, nos últimos séculos a Igreja tem se entregado de forma doentia ao clericalismo. A tarefa, antes de todos, agora parece ser “um fardo” de poucos. Mas o sacerdócio cristão universal, ou seja, para toda a igreja precisa ser resgatado. Muitas limitações no avanço da Obra se deve ao fato de ser senso comum na Igreja (ainda) que missões, evangelismo e discipulado são tarefas de pastores e missionários. (Ja pensou na polêmica questão do ministério feminino por esta ótica? Se as mulheres assumem o ministério, o “privilégio do santo ministério” teria de ser dividido mais pessoas
o status diminuiria!)
Assim temos a categoria dos super-cristãos. Mas na Palavra de Deus as coisas não são bem assim
Deus conta com todos para se revelar. Isso incluía a mim e a você. A todos nós, a Igreja! (Ef. 3:10). Todos somos chamados a participar daquilo que Deus está fazendo em Cristo mundo afora. Somos chamados a fazer isso das mais diferentes formas. Indo ao campo, orando pela Obra e obreiros, contribuindo com nossos talentos e finanças. Tudo é de Deus, é pela graça de Deus e para Deus deve ser destinado.
Quando chegamos nesse ponto, contudo, nos deparamos com um forte paradigma. Um grande obstáculo à maturidade
alguns cristãos acreditam que só podem fazer missões se tiverem apenas um foco de atenção ministérial
ou apenas oramos, ou apenas contribuimos, ou apenas nos dirigimos ao campo missionário.
É o que chamo de paradigma unilateral de ministério. Parece que nosso ministério, entendido nesta perspectiva, é um fardo pesadíssimo. Ficamos loucos para orar nossos 15 minutos diários por missões para ficarmos livres logo. Entregamos nossa oferta missionária para o conselho de missões da Igreja na primeira semana do mês, para torrar “nossa” grana depois sem crises de consciência. Limitamos nossa postura cristã comprometida com Deus e Seu Reino, no seu estabelecimento e expanção, em função de nosso egoísmo e egolatria. Isso parece forte
e eu sei que é mesmo.
Mas essa postura não está apenas dentro da Igreja local, como alguns podem supor. Ela está presente na mente de muitos missionários em campo. Eles não aceitam a idéia de que podem ser mantenedores e intercessores de missões/missionários. Afinal, eles já fazem “demais” estando no “no campo”. Orar e contribuir é tarefa da Igreja. Só que eles esquecem de que eles também são “a Igreja”. Todos o povo de Deus é desafiado pela Palavra de Deus a ser um ofertante. O adorador nunca está separado da Sua oferta e nem se apresenta de mão vazias.
O que vemos no Velho Testamento? O que vemos no Novo? Jesus recebia ofertas regulares de mulheres (Lucas 8:3). As igrejas enviaram vários irmãos, enviaram ofertas (At. 13:4, 4:35). Na Igreja de Antioquia vemos um movimento missionário que nos impressiona. Eles enviavam o que tinham de melhor
sempre. E é esse o princípio.
Podemos, nós os missionários, sermos também intercessores de nações, pessoas, famílias missionárias, povos? Podemos adotar missionários e/ou ministérios financeiramente? Será que não nos caberia um compromisso com quantias mensais a pessoas e/ou organizações específicas. Porque não? Muito mais bem-aventurado é dar do que receber. Quem semeia muito, muito ceifará. Onde está nosso tesouro, ali estará nosso coração.
Somos espelho para muitos na Igreja. Temos uma grande responsabilidade. Sermos exemplo dos fiéis no procedimento é algo está diretamente relacionado ao nosso chamado. Seja uma bênção. É um privilégio fazer missões.
Pregar sobre isso á fácil, mas somos desafiados a expressar isso de forma integral. Seja uma benção.
Missionário, adote um missionário.