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BRASÍLIA (CNN) — Um estudo divulgado nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que dos 53 milhões de pobres brasileiros, 63 por cento são negros – uma conseqüência direta da falta de oportunidades iguais para todas as raças.
Segundo os dados, há 22 milhões de miseráveis no pais (pessoas abaixo da linha da pobreza, que vivem em lixões nas periferias das grandes cidades e no campo) e pelo menos 70 por cento deles também são negros.

De acordo com o professor Ricardo Henriques, pesquisador associado ao Ipea, o principal problema atrelado à discriminação no Brasil é a pobreza.
“Se tivéssemos um distribuição de renda mais igualitária, ou seja, se os ricos não recebessem mais e os pobres cada vez menos, teríamos cerca de 19 milhões de pobres”, explicou.

Para Henriques, o Brasil “é um país rico com muitos pobres”. “Do total da população brasileira, 54 por cento são brancos e 45 por cento, negros; 10 por cento são ricos e ganham até 30 vezes mais que os pobres, que correspondem a 40 por cento da população e respondem apenas por 10 por cento da renda brasileira”, destacou o pesquisador.

Para Henriques, a única maneira de combater a pobreza é enfrentar o problema da desigualdade social. “A miséria esconde a desigualdade, e a educação é o principal meio para acabar com isso”, frisou. Henriques ressaltou também que 50 por cento das crianças negras com idade até 10 anos são pobres.
“Esses números são ainda mais absurdos. Para cada grupo de 100 meninos brancos e pobres, com idades entre zero e seis anos, existe um grupo de 170 meninos negros e pobres com a mesma idade”, revelou.

Com informações da Agência Brasil

30 de janeiro, 2002
Às 9:50 AM hora de Brasília (1150 GMT)