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60º Aniversário da JOCUM, Um Tempo Para Morrer Categorias:
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“Vamos receber o que o Senhor está fazendo: o resultado final pode ser que seremos capazes de dar mais frutos do que nunca, muito mais.”

Por Lynn Green
2 de abril de 2020

Tradução: Grupo de Tradutores da Jocum Brasil

Este é o título original de um artigo escrito pelo meu amigo Tom Bloomer no final do ano passado. É baseado em João 12:24;

No entanto, agora que nosso mundo foi abalado pela pandemia, ele se tornou significativo de maneiras que não podíamos ver na época.

Tom enviou o texto para mim e para Markus Steffen, Presidente da Universidade das Nações, julgarmos. Ambos sentimos que é mais do que relevante, ele tem as marcas de uma palavra de Deus.

Pedimos então que ele expandisse a metáfora da poda, sabendo que ele é um jardineiro muito experiente. Isso teve grande significado para mim, em parte porque cresci em uma pequena fazenda e meu pai e eu podávamos mais de 100 árvores frutíferas a cada inverno. A maioria eram pereiras que apresentavam uma quantidade extraordinária de crescimento selvagem a cada primavera e verão. Todo o novo crescimento vinha para cima, muitas vezes produzindo ramos “sugadores” (como meu pai os chamava) que não produziam frutos e transformavam as árvores em arbustos selvagens inúteis dentro de alguns anos. Os pés de pêssego eram diferentes, assim como os de damasco, cereja e maçã. Mas cada uma precisava de poda anual.

Por favor, pare e pergunte ao Senhor como essa palavra se aplica a você e a qualquer ministério ao qual você esteja associado. (Os títulos em negrito são meus acréscimos.)

“Estamos orando por mais frutos, esse é o nosso profundo desejo. Mas existem condições para dar mais frutos, e uma delas é morrer.

Outra é a poda, para mudar a imagem – qualquer jardineiro experiente confirmará que a poda correta é a chave para dar muito fruto. E a poda também é a única manutenção regular necessária para plantas maduras.

A JOCUM é madura, aos 60 anos, e também estamos em uma estação de crescimento rápido – na verdade, crescimento selvagem e desgovernado. O fator que me preocupa é o número de pequenos ministérios e pequenas bases que não estão dando muito fruto. Eles devem ser podados.

Somos chamados a trabalhar em equipe.

Por exemplo, eu conheço pessoalmente um casal amável e comprometido que vem tentando abrir uma base em um país europeu há vários anos, sem obreiros. Eles têm filhos adolescentes, trabalham em empregos regulares devido ao sustento inadequado, e têm tentado realizar ETEDs com 2-3-4 alunos. Eles têm dois apartamentos para o ministério, o que era possível até agora por conta das equipes de prático de ETED que recebiam visando sua grande cidade. E é assim que pagavam o aluguel.

Mas essa fase acabou… e não apenas por algumas semanas. O mundo mudou… e nunca mais será do jeito que era. Nós nunca fomos assim antes.

A outra tendência preocupante são as equipes pequenas, às vezes apenas um casal, indo para algum lugar pioneirar a JOCUM. Às vezes eles têm filhos e/ou um deles tem que trabalhar pelo menos meio período. Eles declaram que estão pioneirando a JOCUM, mas em muitos casos isso não está acontecendo. Não há frutos.

As duas tendências estão falhando porque estão tentando operar fora da nossa unção: JOCUM é equipe. Não um casal. Um casal sozinho em uma cidade não pode ser JOCUM, por definição. Aparentemente, cada um desses casais foi “enviado” por um líder da JOCUM em algum lugar; mas deixar as pessoas fazerem o que elas querem não é liderança. Isso é irresponsável.

Todos esses chamados ministérios devem ser podados. As pessoas devem ser reconvocadas a unirem-se a ministérios e bases em crescimento, ou liberadas para iniciar a longa e difícil preparação para influenciar as esferas.

Você é chamado, tem conhecimento e está equipado para impactar outras esferas?

A maioria dos JOCUMeiros não está qualificado para influenciar uma esfera: eles não têm nada a dizer. Um sintoma dessa falta de preparação é a maneira não profissional que muitos se apresentam quando tentam se inscrever no LinkedIn. Seria engraçado, se não fosse tão lamentável.

Em setembro de 2019, compartilhei uma palavra em nossa grande conferência carismática (para a Suíça), no sentido de que uma onda de julgamento logo varreria o mundo; e que desta vez a Suíça não seria poupada (como foi em 1914-18 e 1939-45). Essa palavra foi bem recebida e eu pude liderar um tempo de oração por 90 minutos depois, consistindo inteiramente em confessar os pecados da nação. Compartilhei essa palavra com os líderes da JOCUM na Suíça francófona algumas semanas depois, e também foi bem recebida por esse grupo.

O que eu não vi, nem nunca imaginei, foi que o julgamento econômico vindouro seria precipitado por uma pandemia mundial.

Às vezes “menor” significa “mais frutífero”.

Então, a JOCUM está sendo podada agora: conferências, escolas, práticos, tudo. Não é uma poda seletiva de escolha nossa, é uma poda radical, universal e de força contundente.

Minha conclusão e esperança é que nós não resistamos à poda. Precisamos estar prontos para deixar ministérios e bases morrerem, e não tentar mantê-los vivos na UTI.

A poda severa já começou; mas se colaborarmos com o Mestre Jardineiro, entraremos em uma estação em que somos menores e mais ágeis, e capazes de dar muito mais fruto.

A cem por um.

Como toda a Igreja e nossas nações também estão sendo severamente podadas, amplas portas de ministério se abrirão rapidamente. O potencial nesta nova estação é alucinante.

Precisamos estar orando e agindo para ver que nosso Redentor fará o que Ele faz de melhor. Sabemos que o nosso Redentor vive.

O que se entende por “poda”?

Quais ramos devem ser podados, tanto em nossas vidas quanto em nossos ministérios?

Primeiro, o que está morto e o que está para morrer: o que não está frutificando? Todas as suas atividades estão realmente alcançando e ministrando às pessoas? Mesmo que haja crescimento, atividade e barulho, não significa que sejam necessariamente frutos, essas coisas podem até mascarar a falta deles. Amamos visão, desafios e mobilização na JOCUM, mas esse projeto empolgante de que estamos ouvindo falar está realmente dando frutos?

Resolvendo conflitos intratáveis (como Paulo e Barnabé em Atos 15).

Segundo, galhos esfregando um contra o outro: eles eventualmente perderão sua casca protetora, deixando a planta vulnerável a doenças. Você está vendo duas pessoas em conflito contínuo? Discordâncias saudáveis são boas (o ferro afia o ferro), porém, conflitos constantes prejudicam o moral e acabam destruindo a esperança. Como saber quando um deles tem que ir embora? Quando seus conflitos começam a afetar negativamente as pessoas ao redor, um dos dois precisa ir. Em Gênesis 13.5-11, vemos que Abrão e Ló tiveram que se separar por causa do conflito constante entre seus seguidores. Separação não é pecado; muitas vezes, pode impedir que uma situação se degenere ao ponto de constantes brigas internas e ciúmes.

Algumas de nossas atividades mais antigas devem ser encerradas.

Terceiro, a poda geralmente consiste em não apenas encurtar um arbusto, “dar um corte de cabelo”; mas para muitos arbustos, especialmente os maduros, removemos um terço do crescimento mais antigo a cada ano, cortando do pé. Assim, o arbusto é aberto à circulação de ar, reduzindo o risco de doenças transmitidas pelo ar. Observe suas atividades mais antigas no ministério: elas ainda estão dando frutos?

Uma advertência: evite a tentação da imaturidade de simplesmente apagar tudo o que havia antes, para poder começar de novo com uma lousa limpa: o vinho velho é o melhor!

Mais luz!

Quarto, a poda de uma planta deixa a luz entrar; e um novo crescimento ocorre
nos galhos onde a luz pode atingir. Nos últimos anos, uma nova técnica de poda está sendo recomendada, chamada ‘poço de luz’. Para árvores frutíferas e para a maioria das roseiras sem suporte isso significa cortar completamente os galhos centrais, deixando a planta com uma forma de cesto, cujas paredes são os galhos externos. Para ter uma ideia, levante a palma da mão e estenda os dedos: agora você pode ver como a luz facilmente chega ao centro da planta e gera nova vida nos galhos.

Em nossos primeiros anos, costumávamos falar muito sobre ‘andar na luz’, em

outras palavras, sondar o próprio coração constantemente. Em muitas de nossas reuniões de obreiros e comunidade, esperávamos diante do Senhor e pedíamos ao Espírito que nos mostrasse se tínhamos algo contra um irmão ou uma irmã; e não continuaríamos com a reunião até que todos tivessem a oportunidade de pedir perdão pessoalmente. Quando foi a última vez que você fez isso em sua comunidade? Você está andando na luz? Ou em velhas mágoas, mal-entendidos e suspeitas?

Jesus disse que o Sábado foi ordenado para o nosso bem.

Há uma quantidade enorme de viagens, reuniões, conferências e correria
constante na Igreja. Quando ensino jovens líderes, eles sempre ficam surpresos ao me ouvir enfatizar o Sábado. Muitos deles nunca ouviram nenhum ensinamento sobre isso. Fiquei impressionado com a postagem no Facebook de Al Akimoff: ‘Nós negligenciamos o Sábado por tantos anos; e agora o Sábado veio até nós’.

Sim, estamos todos em uma estação forçada de descanso, de poda. Eu vi isso em dezembro passado, mas vi apenas um julgamento econômico; nunca imaginando que a recessão mundial (ou depressão) seria desencadeada por uma pandemia. Eu também pensava que isso seria de alguma maneira algo voluntário e que teríamos tempo para implementá-lo.

Em vez disso, é involuntário, brutal e massivo.

Pode parecer brutal, mas…

Os jardineiros iniciantes subestimam o quão severo deve ser um bom trabalho de poda. Temos um ditado: ‘Deixe seu vizinho podar suas roseiras’. Isso ocorre porque todos somos tentados a sermos sentimentais e a não podar o suficiente.

O Jardineiro Mestre não é sentimental, ele vive em um ‘poço de luz’. Em Seu amor, Ele podará e até julgará severamente: veja Isaías 5.1-7. Às vezes, essa é a única coisa que pode nos trazer de volta à total dependência dEle.

Nossas conferências, escolas, seminários, práticos e reuniões comunitárias já estão sendo severamente podadas. Mas devemos estar prontos para aceitar a poda de muitos de nossos ministérios e até bases.

Vamos abraçar o que o Senhor está fazendo: o resultado final pode ser que seremos capazes de dar mais frutos do que nunca, muito mais.

Tom

Burtigny, 27 de março de 2020”

Copyright 2020 Thomas A. Bloomer